Queimadela
História
Desde o século XIII Queimadela e Figueira constituíram uma só unidade administrativa (freguesia) do Concelho de Lamego. Em termos paroquiais também se verificou esta união, ou seja, Queimadela estava agregada a São João de Figueira e chegou mesmo a ser filial da Matriz de Britiande. Esta união só terminou em meados do século XVIII.
Outra prova da antiguidade e importância de Queimadela na época medieval surge no Cadastro de 1527, então com 34 moradores, foi honra do aio de D. Afonso Henriques.
Uma das mais antigas referências documentais à localidade reporta-se aos inícios da segunda metade do século doze (reinado de D. Afonso Henriques), ou seja, aos primórdios da Nacionalidade, e que situava Queimadela "sob o Monte Raso, no território lamecense e por onde escorriam as águas em direcção ao Barosa" (sic). Isto é, uma localidade sobranceira ao rio Varosa.
As Inquirições de D. Afonso III e as Inquirições de D. Dinis fazem alusão à honra de Queimadela (terra honrada) que terá pertencido ao famoso Aio do nosso primeiro rei, tendo passado para um dos seus filhos. Também a viúva de Egas Moniz, a célebre e piedosa dama Teresa Afonso herdou aqui bens de seu marido, deixando-os em testamento ao primitivo mosteiro de Santa Maria de Salzedas de que fora fundadora e devota, e à própria diocese (Sé) de Lamego.
As mesmas Inquirições confirmam que Queimadela pertencia à freguesia e paróquia vizinha de Figueira, ambas as localidades na "terra" lamecense e ainda, quer uma quer outra, na parte cível, sujeitas às justiças (juiz) de Lamego a que pertencia o "julgado" de Figueira.
Extinto o julgado (segunda metade do século catorze) Queimadela (e Figueira) passou a integrar o termo da cidade de Lamego.
Nos inícios do século dezasseis o lugar de Queimadela ainda era lugar da freguesia e paróquia de S. João de Figueira, e só acabaria por alcançar a sua independência paroquial no século dezoito mas, mesmo assim, a apresentação (nomeação) anual do cura (pároco) de Queimadela pertencia ao abade da igreja de Figueira. Isto é, Queimadela passou a curato da abadia de Figueira.
A igreja de Queimadela havia de ser edificada por volta de 1748, altura em que se erigiu em paróquia própria. (M. Gonçalves da Costa refere 1746 e A. de Almeida Fernandes, 1748, fundamentando-se nas "Memórias Paroquiais" de 1758).
Antes da igreja, Queimadela dispunha, pelo menos, de um local de culto: a ermida de S. Lourenço.
